O metaverso – que ganha força e atrai marcas e consumidores para o mundo virtual – pode ser a saída para conquistar novas gerações de consumidores. Segundo especialistas presentes na NRF 2022: Retail’s Big Show – maior evento de varejo do mundo –, a tecnologia é um bom meio para realizar testes a fim de conhecer e conquistar o consumidor jovem. Portanto, não é por acaso que Burberry, Visa e Coca-Cola, entre outras empresas, estão apostando na novidade.

Apesar de ser um termo e um conceito pouco conhecidos, Emma Chiu, diretora de Inteligência da consultoria Wunderman Thompson, explica que os games já fazem parte do metaverso, por exemplo. E faz um alerta: a convergência entre real e virtual não continuará restrita aos jogadores de videogames. “O metaverso é uma extensão das nossas vidas, aprimorada pela tecnologia”, afirmou Emma Chiu, durante a NRF 2022, realizada em Nova Iorque na última semana.

Afinal, o que é e de onde vem o metaverso?
No fim de 2021, o Facebook anunciou os planos de se tornar uma empresa de metaverso. Após esse anúncio, o termo ganhou alguma popularidade. No processo, a empresa mudou seu nome para Meta, e Facebook ficou sendo apenas o nome de uma de suas redes sociais.

De acordo com pesquisa apesentada pela Emma Chiu na NRF 2022, apenas 38% dos consumidores globais já ouviram falar no termo metaverso. Mesmo assim, 85% dos consumidores acreditam que a presença digital será essencial para o sucesso de uma marca no futuro. Além disso, 93% acreditam que a tecnologia é o nosso futuro; 76% dependem dela para executar suas atividades diárias; e 52% entendem que até sua felicidade está subordinada ao mundo digital. O levantamento foi feito pela Wunderman Thompson Data com 15 especialistas e mais de 3 mil participantes dos EUA, China e Reino Unido.

Na ficção, o metaverso já apareceu algumas vezes. Um exemplo é o livro “Jogador N°1” de Ernest Clyne. Nesta obra, o OASIS, como é chamado este ambiente no livro, é onde as pessoas realizam todas as suas atividades, saindo apenas para dormir e se alimentar.

Karen Cavalcanti, cofundadora do Mosaiclab, acompanhou a palestra de Emma Chiu e comentou os principais pontos no vídeo publicado pela Mercado&Consumo. Acompanhe:https://www.youtube.com/embed/MNJttHAQAwk?feature=oembed

NFTs
O crescimento do metaverso está diretamente relacionado ao crescimento dos NFTs (Non-Fungible Tokens, que significa Tokens Não Fungíveis, em tradução livre), usados para registrar itens – em grande parte, únicos – adquiridos nos mundos virtuais. Um NFT é, portanto, a representação de um item exclusivo. Além de obras de artes, músicas, itens de jogos, momentos únicos no esporte e memes podem ser transformados em um.

Emma Chiu diz que, no metaverso, as pessoas vão passar a ter posses virtuais, como um Aston Martin, que poderá dirigir sem ter uma carteira de habilitação, ou uma luxuosa casa na praia sem risco de assalto. Ainda será um lugar perfeito para comprar viagens, shows e outras experiências em 3D e 360 graus.

As transações nesta nova realidade acontecem através de criptomoedas e tem movimentado milhões de dólares no mundo todo. Em informação postada pelo CanalTech, a Adidas realizou um evento no fim de dezembro para venda de NFTs. A empresa disponibilizou 30 mil tokens, dos quais venderam 29.620, arrecadando mais de 22 milhões de dólares.

A marca norte-americana criou sua loja na Zepeto
Foto: Reprodução

Varejo no metaverso
O presidente e CEO da Ralph Lauren, Patrice Louvet, conta que a marca está no Zepeto, mundo virtual da Naver, empresa sul-coreana. “Acreditamos na oportunidade que existe em torno deste novo mundo digital e do metaverso. É uma nova fonte de receita. A Ralph Lauren vendeu mais de 100 mil unidades no Zepeto. As pessoas querem vestir os seus avatares”, afirmou o CEO da marca. Ele afirma que o metaverso é uma maneira de mostrar a Ralph Lauren para novos consumidores, principalmente os mais jovens.

Além da Ralph Lauren, outras empresas já estão aderindo a este novo universo. É o caso de Adidas, Zara, H&M, Dolce & Gabbana e Gucci, só para citar algumas.

Hoje, a publicidade “gamificada” e as lojas digitais também têm sido utilizadas com sucesso no metaverso. A P&G criou espaços imersivos, durante a CES 2022 – uma das maiores feiras de tecnologia do mundo –, onde as pessoas podiam interagir com seu portfólio. Já a Hyundai lançou uma experiência semelhante, no ano passado, para os usuários da plataforma de jogos Roblox. “Os jovens ainda não podem comprar um carro, então por que colaborar com a Roblox? Para saber como atingir as novas gerações”, ensina a Emma.

É impossível prever como o metaverso vai evoluir de acordo com a chegada de novas tecnologias, mas é um fato que ele já se faz presente e as marcas terão de se adaptar a ele.

Com informações da NRF, InfoMoney, Época Negócios e Mercado&Consumo.

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